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quinta-feira, 12 de maio de 2011

Homofobia e afins.

Tenho sentido um incomodo muito grande como protestante e pessoa a falar sobre toda a folia que está posta a  respeito da união homoafetiva e a lei contra a homofobia. Primeiro: quero deixar claro que sou a favor da união homoafetiva, porque isso diz respeito apenas à espera legislativa [tramites burocráticos e tal] e sou absolutamente contra a homofobia, e que por homofobia entendo agressão física ou verbal contra o praticante do homossexualismo. 

Só o que acho que os gays e defensores esquecem é que o respeito é uma via de mão dupla. 

Sim, eu sei que eles sofrem preconceito, e que deve ser difícil ser gay numa sociedade "conservadora", mas eles também devem saber respeitar os outros. Impor à uma instituição religiosa qualquer que aceite realizar casamentos dentro dos ritos de sua doutrina, ou impedir que hajam pregações expondo o porquê do homossexualismo ser considerado pecado já é demais. Se você quer casar conforme uma igreja, é porque acredita no que se diz. Caso contrário, simplesmente seria por birra; para esfregar na cara dos religiosos que agora eles devem fazer o casamento gay.

Tive uma pequena discussão agora pouco via twitter com um amigo da faculdade. O que eu tentei mostrar, e ele teimou em não entender, é que sim, o Estado laico deve defender os interesses do povo em geral, e que a união homoafetiva é sim um passo importante para diminuir o preconceito, mas que segregar os homossexuais, colocá-los numa bolha de proteção não é o certo. Quando se coloca uma minoria "acima" do resto, é como se fosse proclamado "Olha, vocês realmente não tem capacidade de continuarem sem uma ajudinha do Governo, porque vocês são fracos." e para mim, isso é uma forma legal de demonstrar preconceito. 

Concordo que os direitos civis deles devem ser reconhecidos, como o plano de saúde do cônjuge, declaração de imposto de renda e tal, mas o projeto de lei contra a homofobia previa proibir que se criticasse [e por crítica entendo argumentar contra, e não simplesmente agressão] a homossexualidade, e isso é absurdo.  Claro que partir para cima de alguém porque ele é homossexual é tão absurdo quanto bater em um nordestino por sua origem, e acho que esse tipo de atitude deve ser punida. 

Mas interferir na esfera religiosa, onde as pessoas que congregam, por livre e espontânea vontade, acreditam naqueles valores e ritos, nesta esfera, o Estado não pode impedir que seja expressado, com respeito, o porquê do homossexualismo ser considerado pecado. Claro que sou contra a apologia à homofobia. Totalmente contra. Mas, como colocou o meu amigo, nas religiões monoteístas é sim, pecado. E nós temos o direito de falar sobre isso.

Eu espero que o direito de professar a minha fé e os meus valores seja tão respeitado quanto o direito do homossexual ser respeitado como pessoa que ele é.

3 comentários:

  1. Gostei demais! Só creio que o termo "conjuge" não se aplica, pois refere-se ao integrante de um casamento e não de uma união estável. Mesmo que seja esse o termo usado, creio que como cristãos não devemos empregá-lo.
    Concordo com 100% de sua opinião e digo que estamos juntos nessa caminhada!

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  2. Concordo plenamente com o que disse!
    Num Estado assistencialista como o Brasil, é natural (e inconstitucional) que minorias históricamente prejudicadas sejam agraciadas com "leis-escudo".

    Parabéns pela opinião sensata e oportuna!

    Abraços,
    Vinicius Morais
    -----
    Refletindo a Graça
    Http://refletindoagraca.blogspot.com/

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  3. Muito bem constuído e bem centrada sua opinião. Não sei qual foi o teor da discussão, mas concordo com você (baseado no que está aqui).
    Beijão Tammy
    Saudadona

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