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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

364.


"Mas quando passou o segundo momento, quando viu dissipar-se toda dúvida, desaparecer toda preocupação, ela comparou a sua situação com o que fora até pouquíssimo tempo atrás, viu-o honrosamente liberto de seu antigo compromisso, viu-o aproveitar-se imediatamente da liberdade conquistada para dirigir-se a  ela e declarar-lhe um afeto tão terno, tão constante como sempre ela acreditara que fosse, ela se sentiu oprimida e vencida por sua própria felicidade, e como felizmente a mente humana está sempre disposta a se familiarizar com facilidade a qualquer mudança para melhor, foram necessárias várias horas para acalmar os ânimos ou dar alguma tranquilidade ao seu coração.
...
ou para dizer metade do que tinha para dizer sobre o passado, o presente e o futuro; se bem que pouquíssimas horas passadas no duro trabalho de falar sem parar possam esgotar mais assuntos do que os que podem realmente existir em comum entre duas criaturas racionais quaisquer, com os namorados a coisa é diferente. Entre eles, nenhum assunto se esgota, nem nada se dá por comunicado, até que tenha sido repetido pelo menos vinte vezes."

Sense and sensibility -  Jane Austen

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Eclipse - Stephenie Meyer.



" - O namoro de vocês está mais sério do que eu pensava - continuou ela.
...
 - Tem algo... estranho no modo como vocês dois se comportam juntos - murmurou ela, a testa se vincando sobre os olhos aflitos. - O modo como ele olha para você... É tão protetor. Como se estivesse a ponto de se atirar na frente de uma bala para salvá-la ou algo assim.
Eu ri, embora não conseguisse olhar nos olhos dela.
 - Isso é ruim?
 - Não. - Ela franziu a testa enquanto lutava com as palavras. - Só é diferente. Ele é muito intenso com relação a você... e muito cuidadoso. Tenho a impressão de que não compreendi exatamente a relação de vocês. Como se houvesse um segredo que eu não conhecesse...
...
 - Não é só ele. - Ela endureceu os lábios, na defensiva. - Queria que você pudesse ver como se movimenta perto dele.
 - Como assim?
 - O modo como se mexe... Você se orienta em torno dele sem nem mesmo pensar. Quando ele se move, mesmo um pouquinho, você imediatamente muda de posição. Como ímãs... ou a gravidade. Você parece um... satélite ou algo parecido. Nunca vi nada assim."

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Depois da curva.


"Amanhã talvez
Esse vendaval faça algum sentido
Dá pra se dizer
Qualquer coisa sobre todo mundo
Por hoje é só
Vou deixar passar a ventania
Talvez amanhã
Vento, vela e velocidade
Mar azul, céu azul sem nuvens
Logo ali depois da curva
Ali, logo ali,
Ali depois da curva
Amanhã talvez
Esse temporal saia do caminho
Dá pra escrever
O papel aceita toda qualquer coisa
Por hoje é só
Vou deixar passar a tempestade
Talvez amanhã
Água pura e toda verdade
Mar azul, céu azul sem nuvens
Logo ali depois da curva
Ali, logo ali,
Ali depois da curva
Ali, logo ali,
Ali depois da curva
Ali, logo ali
Eu vi, eu vim, venci a curva."
Pouca Vogal.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

I Co. 13

O amor tudo sofre e não é egoísta.
O amor é paciente e calmo.
O amor vive junto as tempestades. O amor ouve, acalma e afaga.
O amor não olha apenas para si.
Por vezes, na verdade, ele olha apenas para o outro.

O amor espera. Espera longe, espera perto.
O amor ensina a esperar.

O amor dá refúgio e refrigério.
O amor é o dom supremo de Deus e jamais acaba.

O amor é o que aprendo em ti, graças a Ele todos os dias.
O amor é o que Ele nos permite viver.

Amor é um caminho que fomos escolhidos para trilhar juntos.

Eu amo você!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Não responda nunca, meu amor.

"Que coincidência é o amor,
A nossa música nunca mais tocou..."

Só eu sabia como depositar em tua orelha fria exatamente aquilo que você queria ouvir, aquilo que falava de nós quando não o era na verdade. Meu companheiro, meu riso e choro. A dor e a agonia. O amor.. e mais tarde o descaso.

Espero não ouvir, não saber, que você arrumou outro beija-flor. Eu o serei para sempre, e por isso mesmo tudo deve ficar assim, sem proximidade, sem tentativas inúteis de uma cordialidade impossível. Não sou tranquila a ponto de cruzar contigo na rua e você com seu novo amor. Você sabe que sou maluca.

Você sabe que te amarei para sempre.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Poeira pela casa.

"Tente entender, eu quero abrigo e não consigo ser mais direto."


Os móveis estavam cobertos por lençóis brancos, mas um deles abrigava um coração carente, um corpo frio e trêmulo, de mãos suadas e olhar aflito.

Não conseguia ainda acreditar que teria de entregar aquela casa. Não aceitava ter que abrir mão dos sonhos que ela sonhou no tempo que estiveram juntos. Não entendia o porque deste final trágico.

Olhar pela janela imaginando outras vidas que lhe eram possíveis em sua mente anestesiava a sensação de desolação e desespero. Sonhar lhe fazia bem.

Mas por vezes, em alguns momentos os sonhos passavam e ela se via refletida no vidro, com olhos inchados e vermelhos, pálida, sem vida. Nestes instantes tudo o que ela conseguia querer eram aqueles braços que lhe serviam de abrigo de novo. queria esquecer o passado e o futuro. Queria respirar aliviada no calor dos braços dele.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ecos da alma.

O sol iluminando o dia, numa manhã clara. O vento acariciando a pele, o cheiro de verão e as flores da primavera enchendo os outros sentidos.. mas nada agora fazia realmente sentido.

Um medo enorme apoderou-se de seu coração, encheu seu peito de angústia e solidão. A solidão que sentia agora lhe preocupava. Não queria ficar assim.

Queria o sorriso verdadeiro no rosto, sorriso este sem medos e preocupações. Queria a alegria de que irradiou tanto de sua alma nos últimos meses.

Sabia que não estava de fato sozinha, mas não conseguia entender esse desespero, essa angústia.

Queria colo e silêncio. Queria seu esconderijo final, seguro, e queria so braços que lhe davam segurança e consolo.

Sentiu saudade.