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terça-feira, 21 de junho de 2011

Café forte.

Nestes dias de angústia e cansaço, o que precisava constantemente, era de uma xícara de café forte e quente. Precisava de muitas coisas nestes dias, mas algumas estavam inacessíveis, distantes dela, e vazio e o frio no peito amenizavam com a xícara branca com balões em formato de coração em suas mãos, quente graças ao calor da bebida que lhe instilava um ânimo momentâneo, efêmero.

O cheiro ia tomando a casa enquanto o café, forte como sempre, ia sendo preparado. O cheiro ia tomando o peito, e ao mesmo tempo que dava alívio, dava aquela sensação de casa, a fazia desejar a sua casa, que parecia tão distante. A sua casa tão sonhada.

O desejo nestes dias de cansaço era acordar ao final do período conturbado, de ver o amado deitado, dormindo serenamente ao seu lado embaixo das cobertas, enquanto ela atualiza as leituras necessárias, com a luz do abajur acesa. O desejo é vê-lo saudável e sorridente de novo, renovado, como alguém que tomou sua xícara de café ao final de um longo dia gelado.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Until the very end.

" - Estou prestes a morrer.
[...]
Tiago tinha exatamente a mesma altura que Harry. Usava as roupas com que morrera, e seus cabelos estavam descuidados e arrepiados, e os óculos tortos como os do sr. Weasley.
Sirius estava alto e bonito e muito mais jovem do que Harry o vira em vida. Andava com uma elegância natural, as mãos nos bolsos e um sorriso no rosto.
Lupin estava mais jovem também, e muito menos desleixado, e seus cabelos eram mais bastos e mais escuros. Parecia feliz de voltar a este lugar familiar, cenário de tantas divagações na adolescência.
O sorriso de Lílian era o maior. Ela afastou os longos cabelos para as costas ao se aproximar, e seus olhos verdes, tão semelhantes aos dele, examinaram seu rosto vorazmente, como se nunca tivesse tido tempo de olhá-lo o suficiente.
 - Você tem sido tão corajoso! 
Ele não pôde falar. Seus olhos se banquetearam nela, e lhe ocorreu que gostaria de ficar parado, contemplando-a para sempre, e que isto seria suficiente. 
 - Você está quase chegando - disse Tiago. - Muito perto. Estamos... tão orgulhosos de você.
 - Dói?
A pergunta infantil escapara dos lábios de Harry antes que ele pudesse contê-la.
 - Morrer? Nem um pouco - respondeu Sirius. - Mais rápido e mais fácil do que adormecer. 
 - E ele vai querer que seja rápido. Quer terminar logo - disse Lupin.
 - Eu não queria que você tivesse morrido - disse Harry, as palavras saindo involuntariamente. - Nenhum de vocês. Sinto muito...
Ele se dirigia mais a Lupin do que a qualquer dos demais, súplice.
 - ... logo depois de ter tido um filho... Remo, sinto muito...
 - Eu também sinto. Lamento que nunca chegarei a conhecê-lo... mas ele saberá por que morri, e espero que entenda. Estive tentando construir um mundo em que ele pudesse viver uma vida mais feliz. 
Uma brisa gelada que parecia emanar do coração da Floresta ergueu os cabelos da testa de Harry. Sabia que eles não o mandariam ir embora, que isto era uma decisão dele.
 - Vocês ficarão comigo?
 - Até o fim - respondeu Tiago.
 - Eles não poderão vê-los?
 - Somos parte de você - disse Sirius. - Invisíveis a todos os outros.
Harry olhou para a mãe.
 - Fique perto de mim - disse baixinho."

domingo, 12 de junho de 2011

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Havia muito tempo que pensavam nas mudanças que queriam para a vida deles, e então viram que as mudanças já estavam postas e feitas. O que faltava apenas era a "oficialidade" da relação, porque no coração deles as decisões estavam gravadas como tatuagem.

Numa conversa longa e intensa, decidiram que a mudança seria agora. Pegaram a chave do carro, ligaram o som e rumaram para a casa dela. Começaram a arrumar as bolsas e livros dela, guardando-os com cuidado para não estragar seus prediletos. 

Ao sair da casa dela passaram no novo restaurante predileto deles, pegaram um lanche para viagem, para celebrar a primeira refeição a dois na nova vida. Dois copos de suco, dois sanduíches, porção de batata e Kooks ao fundo. O novo lar era o cantinho dele. Ali eram a nova família. Era tudo o que precisavam.

Não importava o que ouviriam dali para frente.. Eles largariam qualquer coisa para ficar juntos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Que o tempo voe.


"E agora como eu vou fazer se os seus lábios ainda estão molhando os lábios meus, e as lágrimas não secaram com o sol que fez?"

Não gostava dos tempos de correria que eventualmente se instalava na vida deles. Já tinham tão pouco tempo um para o outro, com todas as responsabilidade pelas semanas, pela vida, em vez em quando uma interpérie aparecia pelo caminho de ambos. Ela tentava levar numa boa, pensava no futuro próximo e [esperava] mais tranquilo que teriam, onde poderiam viver seu amor e companheirismo plenamente.

Queria o tempo preguiçoso, até mesmo com a chuva constante que caía nos últimos dias na cidade. Queria o abraço e o esquecer nos braços dele. Queria lembrar apenas daquele sorriso que só ao lado dele sabia dar. O sorriso da certeza, do amor. Repetir incansavelmente o quanto ele a fazia feliz, o quanto sua vida havia mudado desde que ele se alojara nela. 

Queria a vida a dois, tranquila, enfim.