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domingo, 28 de setembro de 2014

Sobre mudanças.



"Já faz tempo eu vi você na rua. Cabelo ao vento, gente jovem reunida. 
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais"

É muito difícil falar sobre mim, mas hoje surgiu a necessidade de escrever, de botar pra fora algo que eu nem havia percebido que estava a me incomodar. Hoje me vi refletindo sobre mudanças. 

Durante os anos de escola, acreditava - como toda adolescente - que minhas amizades eram fortes e infinitas. Mal podia imaginar minha vida sem aqueles que me rodeavam, e jurava que sempre estaria ao lado destas pessoas. Assim como uns 95% dos adolescentes, eu estava errada. A primeira grande mudança que vivi e que me distanciou de meus amigos foi a escolha de curso da universidade. Enveredei pelas humanas, enquanto todos os outros foram para as biológicas e exatas. No big deal, eu pensei. 

Mas a partir desta mudança, eu pude perceber que eu nem era assim tão parecida com os meus amigos quanto eu supus durante a época do colégio. Eu percebi que no colégio nós éramos um grupo porque precisávamos uns dos outros, e porque as diferenças que existiam entre nós eram - naquele ponto - menores do que as semelhanças. Os grupinhos de amizade, os rolos e casinhos, as fofocas e as risadas, saídas, provas, estudos e vestibular nos mantinham unidos. Nunca faltava assunto, e um sabia cuidar - no bom sentido - da vida do outro. Mas fora do colégio, sem esta convivência diária, percebi que a cola que mantinha o grupo como tal deixava de existir a cada dia. 

Este ano fará 7 anos desde que me formei no ensino médio. E nestes sete anos, as distâncias, físicas e metafísicas só foram aumentando. Era cada vida que se seguia, novas responsabilidades, novos amigos, novos rolos que os antigos amigos já não acompanhavam, novos valores e conhecimentos que não importavam para o outro. E durante muito tempo isso me doeu. Tive dificuldade em lidar com o fato de que minhas amigas já não se importavam em fazer apenas programas que eu não gostava, sem tentar ceder um pouco para eu me encaixar. E percebi que eu também não estava disposta a ceder. Por que haveria de ser apenas eu a ceder? Neste cabo-de-guerra não sei se alguém saiu vencedor. 

Hoje olho para as fotos de saídas que nem mais fui convidada, e sei que a culpa paira sobre todas as nossas cabeças. Ninguém foi realmente incisivo em tentar se reaproximar. E a cada novo evento social em que todos sem juntam, é sempre aquela coisa artificial, fria. Apenas em nome dos velhos tempos. Eu não sei mais de meus antigos amigos. O que vejo na internet mostra apenas que não temos mais os mesmos gostos e interesses, e a saudade que dá no peito não é da pessoa que existe hoje, mas daquela que me acompanhou durante anos, anos atrás. É uma saudade de alguém que não existe mais, embora nem mais eu mesma de 17 anos exista. É uma saudade que sinto de um tempo bom, alegre e feliz que vivi, embora eu saiba que não há como voltar, não há como vivê-lo outra vez. As amizades que tive nunca serão por mim desprezadas. Só me dou conta, hoje, de que já não somos mais os mesmos.

sábado, 13 de setembro de 2014

#Terminei - Quem é você, Alasca? - John Green

Terminei a leitura deste livro há poucos minutos e continuo sem fôlego e sem palavras. É o 4º livro do John Green que leio, apesar de ter sido o primeiro romance escrito por ele. Os que já li foram O Teorema Katherine,  Cidades de Papel e por fim o A culpa é das estrelas. Nos três lidos anteriormente havia muita comédia, muito de uma adolescência feliz, embora com seus problemas. Neste livro - desde o começo - tive a sensação de estar lendo algo melancólico, muito mais denso do que havia me acostumado na escrita de Green.

O enredo apresentado nas sinopses do livro falam de Miles Halter, um garoto aparentemente normal e solitário da Califórnia. Miles é aficcionado por últimas palavras. Cansado de ser sozinho em sua escola, Miles decide ir para a escola interna Culver Creek, no Alabama. Ali conhece seus primeiros amigos verdadeiros. Há toda uma questão de descoberta de si mesmo e da convivência com o outro no enredo do livro, mas o que mais chamou a minha atenção foram os conflitos vividos pelo grupo de amigos da história. São conflitos que podem parecer bobos a muitos adultos, mas são reais e importantes na vida de muitos adolescentes, e muitas vezes por não encontrarem compreensão em seus pais e professores - que geralmente são os modelos dos adolescentes - acabam tomando decisões erradas e não sabendo enfrentar os problemas que a vida apresenta.

Em sua escrita, John Green nos faz ter reflexões profundas, mesmo a partir da voz de um adolescente. Nos livros dele me vi refletindo sobre Deus, sobre minha vida, sobre os planos para o futuro e sobre a morte. De maneira despretensiosa, ele nos leva a pensar, sem nem mesmo perceber que estamos refletindo sobre algo mais profundo que não o simples dilema adolescente apresentado pelo personagem em questão.

Eu poderia discorrer sobre o enredo do livro, mas acho que as surpresas e descobertas devem ser feitas da maneira correta: lendo o mesmo. E se você ficou com medo de lê-lo por ser um livro sobre adolescentes, não tema. Muitas das incertezas e dos medos da nossa adolescência nos acompanharão por toda nossa vida. 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Minhas impressões - Gibicon Nº2

Entre os dias 4 e 7 de setembro, aconteceu aqui em Curitiba, mais especificamente no Museu Municipal de Arte (MUMA), a Gibicon Nº2. A Gibicon é um evento que acontece em Curitiba há algum tempo e reúne muitos dos quadrinistas nacionais e até alguns nomes internacionais. Este ano vimos por aqui nomes como David Llyod, Kin Jung Gi, Solda e Vitor Cafaggi.



Dos 4 dias de evento, eu pude comparecer apenas no sábado. Imagino que tenha sido o dia de maior público, pois o Muma estava realmente cheio, mas mesmo assim o evento estava plenamente organizado, era possível - mas não fácil - se locomover e eu e o @jonathazimmer conseguimos ver tudo aquilo que queríamos. Pela manhã, o Jonatha conseguiu os autógrafos do Vitor e da Lu Cafaggi no nosso Turma da Mônica Laços e no Valente e no V de Vingança o autógrafo foi do David Llyod.











A tarde vimos o debate da Gaphic MSP, que tinha como proposta discutir as dificuldades e alegrias enfrentadas no processo de se adaptar os clássicos do Maurício de Souza numa nova roupagem, desenhada pelas mãos de outros autores. Na conversa tivemos Sidney Gusman (editor da Graphic MSP), Danilo Beyruth (Astronauta Magnetar), Cris Peter (Astronauta Magnetar), Lu Cafaggi (Laços), Vitor Cafaggi (Laços), Eduardo Damasceno (Bidu Caminhos) e Luís Felipe Garrocho (Bidu Caminhos). A conversa foi muito boa, e ouvimos sobre o ponto de vista de cada autor no processo criativo deles, assim como a luta na figura de Gusman para bancar o projeto todo. Por fim tivemos os próximos teasers divulgados.





A graphic novel do Louco será desenhada por um paranaense, o Rogério Coelho, e como bairrista que sou, fiquei mega orgulhosa. Mas tirando o bairrismo à parte, achei o teaser simplesmente sensacional. Honestamente, os trabalhos apresentados pela Graphic MSP tem sido sensacionais. Dos que li até agora (faltam Piteco Ingá e Bidu Caminhos) o que menos gostei foi o Chico Bento Pavor Espaciar, mas mesmo assim foi uma leitura legal e agradável, principalmente pelas referências de cultura pop ao longo da graphic.

Mas voltando para a Gibicon em si, depois da mesa da Graphic MSP, pegamos autógrafo do Danilo Beyruth, Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho. Só fiquei triste depois que soube que o Shiko estava no evento e o nosso Piteco não teve o autógrafo. Mas de forma geral o evento foi incrível, a organização está de parabéns, tanto pelo evento em si como pela disposição das pessoas que estavam lá nos atendendo. O povo que tava lá trabalhando estava totalmente solícito, prestativo e tal.

E outra coisa que vale ser ressaltada e muito exaltada é o fato de Curitiba ter se colocado cada vez mais numa rota cultural alternativa. A Gibicon já tinha tido outras edições, mas esta foi muito boa, muito bem organizada e teve muito apoio da Prefeitura. Isso dá orgulho e alegria, por ver nossa cidade valorizando coisas tão boas. Há poucos meses tivemos na UTFPR a Megacon, outro evento voltado pro público nerd, e agora a Gibicon. Espero que o sucesso de ambos os eventos dê força para que eles continuem acontecendo, e particularmente da Gibicon, que ela sirva cada vez mais para impulsionar o trabalho dos artistas independentes e dê ânimo e esperança para os que querem seguir este caminho. Uma das coisas que mais me emocionava andando pelo Muma era ver tantas crianças no evento, com suas pastinhas e cadernos de desenhos. Cultura só faz bem!

Abaixo, algumas imagens das exposições que também estavam rolando no MUMA.











quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Guardo para te dar as cartas que não escrevo.

Vi ontem no Hypeness uma ação da Chamex que me chamou muito a atenção: a Chamex contratou um calígrafo para escrever 20 mil cartas e enviar para quem você selecionou. Isso mesmo: 20 mil cartas. Eu sempre amei escrever cartas, e infelizmente perdi este hábito nos últimos anos, por isso fiquei realmente empolgada com esta campanha. Ainda mais porque será escrita por um calígrafo, profissão pela qual eu sempre fui apaixonada.

Por mais clichê que isso pareça, não há nada na internet que se compare a uma carta escrita à mão, ou mesmo um bilhete, uma anotação no espelho do banheiro. Quando a gente recebe uma carta assim, sabe que a pessoa dedicou parte do tempo dela para fazer isso, que sua mão percorreu aquele papel, e que sim, ela realmente se importa com você.

Por isso, não perca tempo e use o site da Chamex para se declarar, pedir desculpas, pedir alguém em casamento. Mande Sua carta no Chamex e aproveite. Aah, cada pessoa pode mandar até 3 cartas. 

Abaixo segue o vídeo da campanha.




**O título da música diz respeito à uma música do Leoni que eu amo demais, e ouvi muito sofrendo por amores não-declarados na adolescência.