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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Marta e Maria e os reflexos de hoje.

"Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas cousas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma cousa só: Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada."
Lucas 10: 38-42.

Embora Jesus tenha deixado claro acima à ambas as mulheres que devia ser prioridade na vida das pessoas o convívio com Jesus, vejo hoje no meio cristão - de maneira muito frequente - as pessoas preferindo agir como Marta, gastando o seu tempo com atividades e tarefas sem um propósito verdadeiro maior, ao invés de agir como Maria, que preferiu se sentar e contemplar o Mestre, desfrutar da comunhão ali presente.

Um ativismo estúpido tem invadido muitas igrejas, levando as pessoas a fazerem mais e mais eventos, sem se preocupar realmente em viver. Viver o compromisso de Cristo, viver o exemplo por ele dado, viver a comunhão dada por ele a nós todos, para desfrutarmos com nossos irmãos.

Este cristianismo burro e preguiçoso que vem contaminando nossas igrejas, enraizando fundo um hábito, um vício de ser "sem cultura" leva facilmente a mente das pessoas à ações vazias. São muitos "flashmobs evangelísticos" para pouco olhar e ajuda ao próximo, carente na esquina pedindo um pão. São muitos cultos para ocupar o sábado à noite dos jovens para pouca comunhão e amor verdadeiros. Enquanto estamos todos na igreja todo mundo se ama e é feliz, mas as pessoas realmente se importam em saber como vai a vida, os sonhos e os problemas de cada um?

Não quero, por meus escritos, ser acusada de acomodada. Eu sou do tipo de pessoa que acredita que "eventos evangelísticos" devem ocorrer fora da igreja, e acredito também que para evangelizar uma pessoa eu não preciso falar incansavelmente do amor de Cristo. Eu preciso vivê-lo e transmiti-lo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Aquela velha conhecida.

Não sabia de onde toda esta tristeza tinha vindo. Só sabia que ela havia chego e tomado lugar dentro do seu peito, como uma velha conhecida, de tempos frios e sombrios. Nem mesmo o sol do lado de fora de sua janela aquecia o seu peito naquele dia triste. Parecia que muita coisa boa que havia dentro dela fora sugada, roubada de si, mas na verdade era que muita coisa triste havia entrado nela, e hoje ela só tinha solidão. Passou horas tentando entender como aquilo voltara, como esta tristeza apareceu de maneira tão repentina e violenta, e chegou a uma conclusão: foram decepções demais no últimos tempos, notícias preocupantes nos últimos dias e tudo isso lhe tirou a paz e a alegria. Mas ela sabia que não podia se entregar, não podia permanecer assim. Sua dor machucava pessoas que ela ama muito, e por isso precisava reagir, embora ela ainda não soubesse como, ou se teria forças. 

Por mais que não soubesse o que fazer, resolveu tomar um banho, para esfriar a cabeça e torcer para a tristeza ir embora, junto com a água que lavaria seu corpo. Era melhor do que ficar definhando na cama, tendo pensamentos cada vez piores e mais tristes. Isso, ela já sabia bem, só a arrastaria ainda mais fundo, e não era esta a sua vontade.

Talvez uma tarde de sol, deitada na grama de um parque ao lado do seu amor lhe restabelecesse suas forças e alegria. Talvez só uma boa notícia, um sorriso amigo o fizessem também.

Podia não estar feliz nem esperançosa neste momento, mas decidiu lutar pela esperança, lutar para acreditar que as coisas ficariam melhores, pois isto era o melhor que ela poderia fazer para deixar a velha conhecida no lugar dela, no passado.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Desabafo de uma alma desesperada.

Hoje a vontade é chorar e chorar. Chorar o dia todo, para ver se toda a tristeza, toda a decepção que se instalou ali dentro vai embora, escorre pela pia do banheiro onde ela está debruçada. Não consegue entender os problemas frequentes, os poucos dias de tranquilidade, os problemas que vão e voltam. Parecia que toda vez que resolviam um problema na vida deles, outros três apareciam no lugar, e ela estava cansada, sem forças e sem fé para continuar de pé. 

Por mais que ela busque e tente acreditar que as coisas melhorarão, hoje ela não consegue mais ter fé e esperança. Talvez amanhã ela acredite nas coisas boas de novo. Hoje ela só vê cinza e frio no mundo, porque é isso que tem dentro dela.