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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Yourself sale.

Para muitos o amor se perdeu. É só vagar por blogs que logo sem constata que a maior parte deles falam de amores fracassados, de dores e dissabores. E sempre tem mágoa, culpa colocada em outro alguém, palavras estúpidas jogadas pela janela, pela porta e pela boca, atingindo quem ousar passar pelo caminho.

Para muitos o amor é algo banal. "Ama-se" tanto e tantas pessoas que não se ama ninguém nem nada de verdade. Tem sim solidão. Tem medo da solidão, medo de ficar consigo mesmo. Apesar de não se querer falar sobre o amor ultimamente, sempre tem coisa demais. Amor demais. Falta de amor.

O amor não é algo que você vai ganhar de brinde na caixa de cereal. Embora compartilhar o gosto pelo mesmo cereal ou sorvete possa descarrilhar algo. Mas não necessariamente.

O presente não está em ser amada[o], mas em amar e ser capaz de fazer o outro feliz. As más línguas podem dizer que o amor é egoísta, pois amamos quem nos faz feliz. Mas o fazer feliz, o amar verdadeiramente vem justamente do contrário. Vem de ser capaz de causar um sorriso verdadeiro, de acalmar um espírito aflito com um carinho, de se emocionar lendo algo que não é romântico, mas simplesmente te lembra algo que o outro ama.

Não me conformo. Não aceito corações em negociata. Não aceito sentimentos in sale.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Whisper words of wisdom.


"And when the night is cloudy,
There is still a light that shines on me,
Shine on until tomorrow, let it be.
I wake up to the sound of music
Mother mary comes to me
There will be no sorrow, let it be."

Uma luz brilha dentro da janela. Olhou por ela tantas vezes, esperando um sinal, e hoje estava lá. Depois de tantas mensagens, tantas ligações, ela havia deixado a luz acesa. Sinal de que podia subir.

Sentira falta da amiga, sentira falta do abraço. Brigaram e nem recordavam mais os motivos - ou o motivo. Não sabiam nem quantos eram.

Doeu todo o tempo que passaram afastadas. Nunca fez sentido, mas também nunca foi fácil a aproximação. Geniosas e impulsivas. Briguentas.

Hoje ela subiria a escada e encontraria o que queria. Ou esperava encontrar. Queria braços abertos e um sorriso entre lágrimas. Queria um abraço e um beijo. Queria um cheiro.

Sentira falta da amiga.

domingo, 23 de maio de 2010

A última gota de...


A última taça de vinho da noite. A última unha intacta. E de intacto só restava isso. O coração estava em pedaços. As mãos ansiosas queriam destruir tudo o que estava ao alcance. O coração estava dilacerado.

Nao entendia porque ele a abandonou, porque foi embora. Quando chegou em casa a garrafa estava aberta sobre a mesa. A garrafa do vinho precioso que compraram juntos num leilão. Eram duas: uma bebida no casamento, e esta, sobre a mesa, que deveria ser aberta nas Bodas de Prata.
Mas ele a abriu. Ele a deixou.

Ela entendia que ele de fato tinha ido embora não pela ausência de suas roupas no armário, livros e cds na estante, mas pela garrafa de vinho violada. Ele bebeu uma taça apenas, pela quantidade que faltava.
Agora ela bebia a última taca que restava.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Quantos raios tem o sol?

"Só sei meu amor,
Só sei meu amor,
Foi na ciranda
Que aprendi a te amar."


 A saia rodava no compaso da música e no descompasso do mundo. A menina dançava com tanta alegria que a lua chegava a invejá-la. E dentre tantos outros, tantos passos naquela noitinha quente, seus olhos atrairam outros olhos. Seus movimentos encantaram um certo coração.

Seus pés não tão ligeiros, mas muito serelepes bastaram para trazê-lo até ela, que ajustou seus passos aos dela. E ele tentou ajustar todo o resto. Tirou a louça suja da mesa, juntou os jornais largados no chão e organizou a estante de livros.

Mas não bastou.
Não dava simplesmente pra ajustar o que ela não queria que fosse.

Não queria a xícara de café que ele estava oferecendo. Ou até queria, mas sem nada em troca. Queria o café e o amigo. A torta de limão podia ficar para outro dia, outra ocasião.

Ela queria voar naquele momento e ele queria um ninho.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Day In The Life - The Beatles

"
(sugar, plum, fairy... sugar, plum, fairy.)
I read the news today oh boy
About a lucky man who made the grade
And though the news was rather sad
Well I just had to laugh
I saw the photograph
He blew his mind out in a car
He didn't notice that the lights had changed
A crowd of people stood and stared
They'd seen his face before
Nobody was really sure if he was from the House of Lords.
I saw a film today oh boy
The English Army had just won the war
A crowd of people turned away
But I just had a look
Having read the book, I'd love to turn you on...
Woke up, fell out of bed,
Dragged a comb across my head
Found my way downstairs and drank a cup,
And looking up I noticed I was late.
Found my coat and grabbed my hat
Made the bus in seconds flat
Found my way upstairs and had a smoke,
and somebody spoke and I went into a dream
I read the news today oh boy
Four thousand holes in Blackburn, Lancashire
And though the holes were rather small
They had to count them all
Now they know how many holes it takes to fill the Albert Hall.
I'd love to turn you on."

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sobre verdades e coragem.

"Ela passou do meu lado
Oi, amor - eu lhe falei.
Voce está tão sozinha
Ela então sorriu pra mim.
Foi assim que a conheci."

Porque se eu não tivesse seguido o simples ímpeto de lhe chamar, de lhe passar uma cantada qualquer, aquele sorriso não teria saído. Não teria atingido meu coração.

Meu coração estaria intacto, inalterado. Encontraria-se como foi por longos anos de solidão acompanhada. Nunca fiquei muito tempo sozinho, mas nunca me sentia acompanhado. As mãos que segurei nunca eram quentes o suficiente para aquecer meu coração congelado.

Fui intragável durante longo período. Chato, anti-social, descarado e desbocado.
Isso sempre me fez alvo de duras críticas. Mal visto por olhos femininos. Olhares atentos, procurando com a mesma dedicação o carinho, a delicadeza quanto o egoísmo, a falta de gentilezas galanteadoras.
Nunca fui de mandar flores só por mandar. Elas tinham que ter motivo. O romantismo nunca foi motivo pra mim. Assim fui assustando o público alvo, as afastando..

Mas aquele sorriso aconteceu. E ele atingiu meu coração.
Não sei qual foi a intenção dela ao me sorrir daquele jeito. Talvez a mesma que eu quando a chamei. Apenas se divertir um pouco.

Deeus, como pode, como é possível que tudo tenha mudado de forma tão brusca, de forma tão permante?
Duas semanas foram mais do que suficientes para eu me ver perdidamente apaixonado. O romantismo é mais que motivo. Ela é o meu motivo. Para flores, músicas, sorrisos e vida!
Não tenho mais saída.

sábado, 8 de maio de 2010

O Rock Acabou, mas e o amor?!

"Está tudo bem, acho que sempre foi assim."
Aquela música começou a tocar na rádio e ele não tinha como deixar de ouvir. A música que era capaz de penetrar o salão trancado do seu coração, salão qual ele jogou tudo que era capaz de lembrá-lo daquela pequena indomada dos cabelos de fogo.

Seu tormento começou com os acordes da canção, porque não queria deixar que sua saudade, suas lembranças o tomassem, mas elas vinham como ondas sucessivas e ele se via mergulhado nelas. Mal tinha tempo para respirar e outra lembrança o abraçava, tal qual ondas do mar agitado.

"Eu corro contra a luz, Eu fujo sem entender"
Não havia para onde simplesmente fugir. O tormento estava dentro dele. O amor mal resolvido, o silencio incurado. Se arrependia de não ter falado mais, não ter implorado pra que ela ficasse, pra que eles tentassem.

Ele não sabia mais amar. Não a outro alguém. Seu amor ainda era dela, embora isso não fizesse diferença alguma pra ela. Nem sabia mais dele. Por onde andava, com quem falava, o quanto bebia. Sua vida seguiu.

"Dorme aqui."

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tudo tão certo.

"A conheci e tudo parecia perfeito. Oh nao, eu menti."

Tudo tinha sido tão certo. Tudo parecia perfeito. Inclusive as mentiras. As verdades maquiadas, as verdades escondidas. O sorriso guardado, a lembrança velada. O papel de bala na carteira e o dinheiro jogado no bolso.
A mentira contada era que aquilo não era pra ser. A mentira espalhada era que não tinha futuro. Elas faziam parte do cenário que eles viviam seu filme real.

Mentira maior era contada quando se dizia que viviam bem um sem o outro. Não viviam sem o outro. Nem que fosse do outro lado. Não importa onde. A lembrança do chocolate ganho e do beijo roubado. Do sorriso escondido e da fala perdida. A lembrança do Bom Par para dancar.

O bom par que não era só risada. Era também o choro. Era quem ouvia Moptop do outro lado da linha de propósito, para que o outro soubesse que pensava nele. Estava amanhacendo. As flores já haviam florescido. Nao precisavam mais...

"Dessa vez vou ser bom par."

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Minha doce cerejeira.


Esperando florescer as cerejeiras.
Como diria o Imperador da Mulan, a flor que desabrocha em meio a adversidade é a mais bela de todas.
Sempre gostei das cerejeiras por conta do desenho da Mulan. É uma flor de cerejeira que o pai dela coloca em seu cabelo quando ela volta. É a uma flor dessas que ela é comparada.

E essa árvore é linda florescendo.

sábado, 1 de maio de 2010

Seguindo os segundos.

Sentou-se confortavelmente na sala de espera. Chegou um pouco antes da hora marcada, mas preferia assim. Detestava atrasos.

Pegou uma revista qualquer e começou a folheá-la sem grande interesse. Não estava com muita disposição para leituras pseudo-culturais. Estava abstratamente em outro lugar. Estava onde em breve teria que se transportar de novo, para que pudesse se fazer entendível. Pros outros e pra si.

Sua cabeça rodava tanto e tão frequentemente que às vezes perdia o equilibrio.
Tinha medo de cair.
Seus joelhos estavam roxos de suas quedas e batidas, embora não lembrasse quando os machucou.

O relógio continuava a avancar, com seu ponteiro de segundos contínuo. Adorova relógios assim. Não fazem barulho, e dão a sensação de continuidade, de uniformidade.

Seu nome foi chamado, finalmente.