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domingo, 7 de julho de 2013

Entre a beleza e a tristeza.

"Pois ela é uma linda donzela, a mais bela senhora de uma casa de rainhas. Apesar disso, não sei como devo falar dela. A primeira vez que a vi, percebi sua infelicidade; pareceu-me uma flor branca erguendo-se ereta e altiva, esbelta como um lírio, e mesmo assim sabia que era rígida, como se esculpida em aço por artesãos élficos. Ou será que uma geada havia transformado sua seiva em gelo, e assim ela se erguia, doce e amarga, ainda bela de se olhar, mas ferida, prestes a cair e morrer? A doença de Éowyn começou muito antes deste dia, não é Éomer?
[...]
 - Talvez eu tenha o poder de curar-lhe o corpo, e de resgatá-la do vale escuro. Mas para o que ela despertará: para a esperança, para o esquecimento ou para o desespero, não posso saber. Se for para o desespero, então morrerá, a não ser que lhe apareça uma outra cura que não posso trazer. Lamento, pois seus feitos a colocaram entre as rainhas de grande renome.

Então Aragorn abaixou-se e olhou no rosto de Éowyn, que realmente estava branco como um lírio, frio como a geada, e rígido como se esculpido em pedra. Mas ele se inclinou e a beijou na testa, e a chamou suavemente dizendo:
 - Éowyn, filha de Éomund, desperte! Seu inimigo foi-se embora."

O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei - J. R. R. Tolkien