Já escrevi justificando minha necessidade de escrever. Por mais estranho que pareça, escrevo porque amo, sem me importar quantos leitores terei ou não, mas me justifico a todo instante. Busco justificar a cara de sono, e sorriso que vacila no rosto, a voz que sai embargada de choro ou de saudade.
Já fui a menina de sorriso fácil e língua afiada que queria ser amiga de todo mundo. Nisto, conheci muita gente interessante. Eu me iludia achando que elas me conheciam também, mas agora vejo que elas nem se esforçavam nisto. Eu era mais uma morena sorridente e só. Hoje quase nenhuma destas pessoas está em minha vida.
Já fui a menina do choro quase constante, da necessidade de colo de amigos e de carinho. Nisto, quando me sentia sozinha, corria para a frente de um certo curso preparatório encontrar meu casal porto seguro. Com eles, por mais triste que eu estivesse, havia sempre um riso vacilante, mesmo que pequeno e fraquinho.
Já fui a pessoa e nada mais. Houve um tempo em que eu era vazia. Vazia de amor, de felicidade e até mesmo de dor. Eu não sentia, porque isto era mais fácil. Sentir significa que uma hora ou outra, pode doer. E fui boa nisto, mas quase deixei de ser eu mesma, embora eu não soubesse quem eu era ou quem gostaria de ser.
Já fui tudo isso, e muito mais, ou muito menos. Já fui uma adolescente que achava ser adulta, uma adulta que gostaria de voltar para a adolescência, e tive medo do futuro e senti falta da infância e de toda a sua inocência perdida.
Muito prazer,
sou a soma de tudo o que fui, com o acréscimo da melhor pessoa do mundo, que me ensina todos os dias e ser alguém melhor. Hoje sou uma mulher que sorri sincera, que chora sincera e ama, ama mais do que tudo nesta vida o guri que lhe ensinou a ser adulta.
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