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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Na falta de palavras, falo mais ainda.

A cama quando se deitou estava extremamente vazia. Sentiu frio e não havia meio que pudesse aquecê-la naquele momento, porque depois de tantas horas seguidas imersas no calor do colo dele, estar sozinha só faria sentir frio, sentir medo.

Ouviu do lado de fora a chuva. Sentiu seu corpo se arrepiar de frio e teve de aceitar que além da ausência que ela teria de superar nesta noite, teria também que enfrentar um de seus medos. Aguentaria a chuva, os raios e trovões. Fingiria para si mais uma vez.

Apesar do som da chuva e do barulho incômodo dos raios, seus quarto, sua noite estavam silencioso demais. Não havia a respiração lenta e profunda que a embalara na noite anterior, nem tampouco as batidas daquele coração que tanto lhe importava. Ele possuía o melhor som do mundo, e era responsável pela vida do ser que lhe inspirava todo o amor que havia dentro dela.

O cheiro da sua coberta pela primeira vez remetia seus pensamentos para o cheiro mais doce, suave, envolvente e entorpecente. O cheiro que anestesiava e causava arrepios. O cheiro que lhe inspirava razão para acordar, levantar, persistir. Tudo hoje tinha outras razões. Tudo hoje tinha outra cor.

Cores mudadas, cheiros importantes e embriagantes, calor aconchegante.
A vida em si era outra.

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