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domingo, 12 de dezembro de 2010

Poeira pela casa.

"Tente entender, eu quero abrigo e não consigo ser mais direto."


Os móveis estavam cobertos por lençóis brancos, mas um deles abrigava um coração carente, um corpo frio e trêmulo, de mãos suadas e olhar aflito.

Não conseguia ainda acreditar que teria de entregar aquela casa. Não aceitava ter que abrir mão dos sonhos que ela sonhou no tempo que estiveram juntos. Não entendia o porque deste final trágico.

Olhar pela janela imaginando outras vidas que lhe eram possíveis em sua mente anestesiava a sensação de desolação e desespero. Sonhar lhe fazia bem.

Mas por vezes, em alguns momentos os sonhos passavam e ela se via refletida no vidro, com olhos inchados e vermelhos, pálida, sem vida. Nestes instantes tudo o que ela conseguia querer eram aqueles braços que lhe serviam de abrigo de novo. queria esquecer o passado e o futuro. Queria respirar aliviada no calor dos braços dele.

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